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2012 - Livro Vermelho 2013

Myrocarpus frondosus Allemão LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie amplamentedistribuída em diferentes domínios fitogeográficos, do Rio Grande do Sul até a Bahia. No entanto, apresenta potencial valor econômico devido a seu óleo essencial que possui propriedades medicinais e a madeira que possui valor de mercado e por isso, uma legislação regulando sua retirada da natureza deve ser colocada em prática.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Myrocarpus frondosus Allemão;

Família: Fabaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Myrocarpus possui apenas cinco espécies, que ocorrem exclusivamente em áreas de florestas úmidas ou florestas sazonalmente secas da América do Sul, sendo a maior parte encontrada no Brasil (Cardoso, 2008). Apresenta os nomes populares de "braúna" e "braúna-parda" (Cardoso, 2008), "óleo-vermelho" (Silva; Nascimento, 2001), "sapuvão", "cabreúva", "óleo-pardo", "recoleta", "cabore" e "caboretinga" (Sartori, 2000).

Potêncial valor econômico

​Óleo essencial com propriedades medicinais e madeira com valor de mercado.

Dados populacionais

Foram contabilizados cinco indivíduos de Myrocarpus frondosus em um remanescente de 25 ha mata sobre tabuleiro terciário da região norte do Estado do Rio de Janeiro (Mata do Carvão) (Silva; Nascimento, 2001). Foram contabilizados cinco indivíduos de Myrocarpus frondosus em um remanescente de 1 ha de floresta de encosta em bom estado de conservação na Reserva Ecológica de Macaé de Cima (Guedes-Bruni et al., 1997). Já Morim (2006) registrou apenas um indivíduo para o Parque Nacional do Itatiaia.

Distribuição

A Bahia é considerada o limite norte de distribuição desta espécie, que ocorre ainda nas regiões Sul e Sudeste do Brasil até o sudoeste do Paraguai e norte da Argentina (Cardoso, 2008). A espécie não é endêmica do Brasil, ocorrendo nos Estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Sartori, 2012).

Ecologia

Arbórea, atingindo entre 6 e 27,5 metros de altura (Cardoso, 2008). Ocorre em Mata Pluvial, Mata de Encosta, Mata Higrófila do Sul da Bahia, em Borda de mata, e em Restinga arbórea (CNCFlora, 2012).Guedes-Bruni et al., (1996) indicam que a espécie floresce nos meses de outubro e novembro, e o frutifica entre novembro e fevereiro (sendo o último mês registrado para os frutos maduros). Já Sartori; Tozzi (2004) sugere que a floração ocorre a partir de fevereiro e estende-se até dezembro, e a frutificação em março, junho, e de agosto a dezembro. Além disso, o autor infere que os espécimes do Rio de Janeiro e Bahia florescem de fevereiro a agosto, os de São Paulo e Espírito Santo iniciaram sua floração em maio estendendo-se até novembro, e os espécimes do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina floresceram de agosto até dezembro. Sendo frequente a presença de flores e frutos em um mesmo indivíduo. Morim (2002) sugere os meses de março, abril e julho para floração, e julho e outubro para frutificação.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata do Carvão teve sua área reduzida aos atuais 1.053 ha devido aos desmatamentos ocorridos, principalmente durante as décadas de 60 e 70, para as atividades de plantio de cana-de-açúcar, pecuária, produção de carvão vegetal e comercialização de suas madeiras (por ex., Aspidosperma spp., Copaifera lucens, Paratecoma peroba e Tabebuia spp.). Segundo moradores da região, esses desmatamentos ocasionaram uma alteração na forma da mata, ficando esta distribuída em uma longa faixa de cerca de 5 km de comprimento e 2 km de largura, cortada por trilhas usadas na retirada de madeiras. Esta forma alongada, sem dúvida, acentua o efeito de borda nesta mata. Hoje, embora a taxa de desmatamento tenha diminuído, ainda ocorrem retiradas seletivas de madeira para a produção de lenha, cabos de ferramentas e/ou moirões em alguns pontos desta mata (Silva; Nascimento, 2001).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie encontra-se inserida nas unidades de conservação (SNUC) como: Parque Estadual Mata dos Godoy, Londrina, Paraná; Parque Estadual de Carlos Botelho, Sete Barras, São Paulo; Parque Nacional do Monte Pascoal, Porto Seguro, Bahia; Parque Estadual da Serra do Mar, Ubatuba, São Paulo; Parque Estadual do Morro do Diabo, Teodoro Sampaio, SP; Reserva Biológica do Mico-Leão, Una, Bahia; Reserva Florestal da CVRD, Linhares, Espírito Santo; Reserva Estadual de Águas da Prata, Águas da Prata, São Paulo; Parque Estadual do Desengano, Santa Maria Madalena, Rio de Janeiro; Parque Nacional do Itatiaia, Itatiaia, Rio de Janeiro; Reserva Biológica do Tinguá, Nova Iguaçu; Rio de Janeiro; Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Rio de Janeiro (Guedes-Bruni et al., 1996).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista de Espécies Ameaçadas do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Usos

Referências

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.

- SILVA, G. C. DA; NASCIMENTO, M. T. Fitossociologia de um Remanescente de Mata sobre Tabuleiros no Norte do Estado do Rio de Janeiro (Mata do Carvão)., Revista Brasileira de Botânica, v.24, p.51-62, 2001.

- SARTORI, A.L.B. Myrocarpus in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB083493>.

- CARDOSO, D. B. O. S. Taxonomia da tribo Sophoreae s.l. (Leguminosae, Papilionoideae) na Bahia, Brasil. Mestrado. Feira de Santana, BA: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2008.

- STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y.STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 516 p.

- MORIM, M.P. Leguminosae arbustivas e arbóreas da Floresta Atlântica do Parque Nacional do Itatiaia, sudeste do Brasil: padrões de distribuição, Rodriguésia, v.57, n.01, p.27-45, 2006.

- GUEDES-BRUNI, R. R.; PESSOA, S. V. A. Florística e fitossociologia do componente arbustivo-arbóreo de um trecho preservado de Floresta Montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: LIMA, H.C.; GUEDES-BRUNI, R.R. Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Conservação em Mata Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.127-146, 1997.

- SARTORI, A.L.B.; TOZZI, A.M.D.A. Revisão taxonômica de Myrocarpus Allemão (Leguminosae, Papilionoideae, Sophoreae). Acta bot. bras., v. 18, n. 2, p. 521-535, 2004.

Como citar

CNCFlora. Myrocarpus frondosus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Myrocarpus frondosus>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 14:00:52